VILTO REIS

9 Verdades sobre como criar personagens de livros

Como criar personagens de livros

Photo by Jean-Philippe Delberghe on Unsplash

Um bom personagem pode tornar sua história inesquecível ou uma porcaria. Por isso, devemos ficar atentos em como criar personagens de livros.

Não é algo fácil.

Como tornar um personagem profundo? 

Que nome dar a ele? 

Devo descrevê-lo fisicamente?

Estas e outras perguntas são muito comuns.

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Portanto, conheça as 9 verdades sobre como criar personagens de livros que farão você marcar a mente de seus leitores.

1) A Regra de Ouro para criar personagens de livros

Só existe uma regra importante ao criar personagens: eles devem querer alguma coisa.

Nem que seja um copo de água, como disse Kurt Vonnegut.

Além disso, é importante que este “querer” seja justificado por uma motivação. Em algum momento, ela deve ser revelada. Não necessariamente no início da história.

Assista este vídeo para aprender mais sobre o assunto:

https://www.youtube.com/watch?v=Aa4BQiJxtDo

2) O personagem precisa ser tridimensional

Você conhece a expressão “personagem tridimensional”? Este conceito é fundamental para você aprender sobre como criar personagens de livros.

Um personagem tridimensional é composto a partir das dimensões físicas, sociais e psicológicas.

Para se aprofundar mais, confira este infográfico ou assista o vídeo a seguir:

3) Se não há conflito, não há personagem 

História é conflito. Este conflito pode ser tanto externo como interno, porém precisa existir ali.

Conflitos não necessariamente são brigas. Estão mais para contrapontos de ideias, opiniões diferentes, divergências familiares, entre outras coisas.

Mas há sempre o embate entre duas forças opostas.

Os conflitos mais frequentes em histórias são:

Quer entender melhor cada um deles? Então clique neste infográfico e aprenda mais!

4) Cuide como o personagem aparece pela primeira vez

Qual a melhor forma de representá-lo? Como introduzi-lo em suas histórias? E os enganos comuns que o comprometem?

São vários os dilemas na hora de colocar seu herói em cena.

Mas existe um roteiro a se seguir que põe você na rota certa de apresentação do seu personagem.

Para aprendê-lo, assista o vídeo abaixo, que faz parte da série A Arte da Ficção. Uma série (em andamento) com 50 vídeos sobre diversas temas da criação literária.

5) Nomes de personagens precisam ser bem pensados

Seria muito estranho um livro de ficção que se passa no Brasil e os nomes sejam Garry, Jimmy, Dylan etc.

Por quê? Não é verossímil.

Também não é de bom grado ler um livro que os personagens se chamem: Carlos, Cássia, Cauan, Caíque, Camila, Carla, Carolina etc.

Você deve ter notado o motivo, certo? Depois de 10 páginas com nomes assim, o circo estará montado. Ninguém entenderá nada.

A não ser, claro, que haja um objetivo narrativo, como os Aurelianos e Josés Arcádios de Cem anos de solidão, de Gabriel Garcia Marquez.

Essas e outras dicas sobre nomes, você encontra no vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=4NvnpxT-IQw

6) Se você começa suas histórias pelo personagem, cuidado com a trama

Você é um escritor de personagens ou situações?

Quando faço esta pergunta, geralmente me olham atravessado, até confusos. Mas é um fato. 

Só existem dois tipos de escritores. Os de personagens ou os de situações.

Os de personagens começam suas histórias com um: “e se um homem virasse lobo…” ou “e se uma mulher conquistasse a promoção desejada, mas fosse acusada de negligente pelo filho mais velho?”

Os de situações pensam primeiro no evento, depois no personagem. Algo como Saramago em Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago. “E se um país inteiro ficasse cego…”.

Desenvolvi mais sobre o assunto neste vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=cjgH5joYHG0

7) O enredo existe para iluminar o personagem

Conhece a Teoria da Iluminação do Personagem?

É uma ideia de Henry James. Basicamente, ele disse o seguinte:

“O que é um personagem se não a determinação de um incidente? E o que é um incidente se não a iluminação do personagem?”

Trata-se de um tema que rende muito. Por isso, escrevi o artigo A Teoria da Iluminação do Personagem pode salvar sua história.

Recomendo que leia.

8) A focalização pode ser interna ou externa

Ao contar uma história, procure um personagem para focalizar. Ou seja, para acompanhar a história a partir dele. 

Se optar pela focalização interna, cuidado para não se desviar. É muito fácil cometermos o erro de começar a contar a história focalizando um personagem e, em seguida, revelar o que outro está pensando.

Caso use a focalização externa, foque nos trejeitos e descrições físicas dos personagens.

Para entender melhor o assunto, leia este artigo!

9) A característica dominante do personagem

Ainda não falei com ênfase sobre este tema no site, mas é algo muito importante. 

Ao criar um personagem, procure sempre definir uma característica dominante e outra aparentemente contraditória. 

Por exemplo:

Isso por si só aprofunda o personagem. É importante, claro, que você não esqueça de trabalhar o aspecto tridimensional dele.

Conclusão

A criação de personagens é um tema inesgotável. Sempre vamos discutir e aprender algo novo.

Mas não adianta ficar na teoria, é preciso ir para a prática.

Então fica o desafio.

Para o protagonista, defina sempre uma ficha contendo:

E para os personagens secundários, defina nome e característica dominante (geralmente um defeito) e outra contraditória, como nos exemplos acima.

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