Você está em seus primeiros escritos e precisa de dicas para escrever contos? Está perdido? Os contos estão ficando bons? O que está faltando?
Então você precisa conhecer estas dicas. São conselhos fundamentais de um dos maiores escritores de contos do nosso continente, Horacio Quiroga.
Espera aí, não conhece o Quiroga? Vamos te apresentar.
E ainda tratar sobre vários temas. Originalidade. Motivação na hora de escrever. Qual sua verdade? Referências. Criação de personagens. E muitos outros temas.
Continue lendo esse artigo para saber mais sobre como escrever um bom conto.
Quem foi o escritor Horacio Quiroga?
Muito apreciado pelos argentinos, o contista uruguaio Horacio Quiroga (1879 – 1937) é pouco conhecido no Brasil.
Seus contos abordam temas importantes. Loucura. Amor corrompido. Morte. Vícios. Sempre com a presença da natureza, que protagoniza muitos de seus relatos. O estilo lembra um pouco Edgar Allan Poe.
Seu livro mais famoso Cuentos de amor de locura y de muerte, no original, inclusive já foi citado como um dos dez livros indispensáveis da literatura argentina (ele não era argentino, mas de tanto tempo que passou entre os hermanos, acabou sendo considerado por muitos um deles).
Destaque para o conto A Galinha Degolada, uma narrativa de suspense que dá calafrios.
Diagnosticado com câncer, em 1937, Quiroga suicidou-se ao ingerir uma dose letal de cianureto.
10 Dicas para escrever contos
Você pode assistir a live, onde comentei cada dica do escritor, ou lê-las abaixo.
Deixemos o triste fato de seu fim. Além de contos incríveis, Quiroga deixou essas dicas preciosas.
Leia também nossa lista de livros obrigatórios para quem deseja ser escritor.
Vamos conferi-las:
Dica 1 – Referências
Creia em um mestre — Poe, Maupassant, Kipling, Tchekov — como em Deus mesmo;
Dica 2 – Seja exigente
Creia que sua arte é um cume inacessível. Não sonhe em domá-la. Quando puder fazê-lo, você o conseguirá sem mesmo sabê-lo;
Dica 3 – Originalidade
Resista o quanto puder à imitação, mas imite se o influxo for forte demais. Mais do que qualquer outra coisa, o desenvolvimento da personalidade é uma grande paciência;
Dica 4 – Coração e a arte
Tenha fé cega não em sua capacidade para o triunfo, senão no ardor com que o deseja. Ame a sua arte como à sua namorada, dando-lhe todo seu coração;
Dica 5 – Conheça sua história
Não comece a escrever sem saber desde a primeira palavra aonde vai. Em um conto bem realizado, as três primeiras linhas têm quase a importância das três últimas;
Dica 6 – Seja preciso
Se quer expressar com exatidão esta circunstância: “Do rio soprava o vento frio”, não há em língua humana mais palavras do que as apontadas para expressá-la. Uma vez dono de suas palavras, não se preocupe em observar se são consoantes ou assonantes entre si;
Dica 7 – Adjetivos
Não adjetive sem necessidade. Inúteis serão quantas notas de cor adicionar a um substantivo débil. Se achar aquele que é necessário, apenas ele terá uma cor incomparável. Mas tem de achá-lo;
Dica 8 – Seja conciso
Tome seus personagens pela mão e conduza-os firmemente até o final, sem ver outra coisa além do caminho que lhes traçou. Não se distraia vendo o que eles podem ou não lhes importa ver. Não abuse do leitor. Um conto é um romance depurado de cascalho. Tenha isto como uma verdade absoluta, mesmo que não seja;
Dica 9 – O caminho das emoções
Não escreva sob o império da emoção. Deixe-a morrer, e evoque-a depois. Se for capaz então de revivê-la tal qual foi, terá chegado à metade do caminho na arte;
Dica 10 – A vida do conto
Não pense em seus amigos ao escrever, nem na impressão que causará sua história. Conte como se seu relato não tivesse mais importância do que para o pequeno ambiente de seus personagens, dos quais você poderia ter sido um. De nenhum outro modo se obtém a vida do conto.
Me conte!
o que você achou deste conteúdo?
Uau, vou adorar comentar essas dicas com minha professora de português. Quiroga passou a ser um grande profissional na minha vida depois de conhecer sua história.
Posso fazer uma observação? Horacio Quiroga era uruguaio.
Passou parte de sua vida na região de Misinones divisa com Argentina.
É verdade. Não deixei claro que ele era uruguaio. Só disse que é muito apreciado na Argentina. Vou corrigir.
Obrigado.
Amei essas dicas
Fico feliz 😉
Estou amando as aulas.
Super feliz dica de ter um Deus literário. Já escolhi o meu e seu texto sempre me serve de inspiração ou calmaria quando me pego com a mente em frenesi.
Fico feliz que o conteúdo esteja ajudando, Verônica 😉
Sempre com boas novidades, grato Vilto.
Valeu!
Passei a admirar Quiroga após a leitura de “À deriva”, um verdadeiro show de maestria e sensibilidade. Penso que sua leitura é indispensável a todo aquele que pretende adentrar o mundo dos contos.