Histórias pós-apocalípticas despertam a curiosidade.
É incrível como milhares de leitores se apegam às páginas para descobrir quais situações potenciais podem acontecer quando o mundo chegar ao fim. Ou o que acontecerá nos anos ou décadas seguintes.
Livros, jogos e filmes como Eu sou a lenda, Resident Evil ou Matrix podem ser classificadas como ficção apocalíptica. E será que ao pensar nessas obras, você também não deseja escrever as suas?
Continue lendo para saber mais sobre como escrever ficção sobre histórias pós-apocalípticas.
1) O mercado de histórias pós-apocalípticas

Histórias pós-apocalípticas vendem.
Para citar apenas alguns exemplos, A estrada, de Cormack McCarthy vendeu mais de um milhão de cópias até o momento. É um fenômeno que pode ser sentido em várias mídias. O filme Eu sou a lenda arrecadou mais de 585 milhões de dólares nas bilheterias.
Mas por que as pessoas gostam de ler histórias pós-apocalípticas?
A resposta talvez esteja na curiosidade de saber o que vai acontecer com os personagens em perigo.
Existem muitos subgêneros na ficção apocalíptica, incluindo ficção apocalíptica religiosa, ficção científica pós-apocalíptica etc. Não se preocupe muito com o gênero em que sua história se encaixa enquanto você a escreve.
2) Como escolher seu apocalipse

De duas a quatro frases, descreva como seu mundo terminou?
O interessante nas histórias pós-apocalípticas é poder escolher a maneira pela qual seu mundo chegou ao fim.
Defina a cena antes de escrever uma única palavra.
Pode ser por meios naturais. Como o aquecimento global e os desastres ambientais subsequentes. Por exemplo, a mudança das placas tectônicas e a reação da Terra a ela na forma de buracos e terremotos.
Você também pode escolher meios não-naturais, como através de um apocalipse de resíduos nucleares ou das consequências de uma guerra.
Muitos escritores até se inspiraram em eventos religiosos como o arrebatamento.
É importante também construir uma linha do tempo alternativa completa para o declínio da humanidade em sua ficção. Anote datas e ocorrências importantes.
Alguns exemplos: o nascimento de um protagonista, a data de um desastre ou surto ou a descoberta de uma vacina.
3) Quem serão seus heróis pós-caos?

Em apenas algumas frases, quem são os heróis das suas histórias pós-apocalípticas?
Esses serão os personagens que estão fazendo a jornada pelo seu mundo, sobrevivendo ao que aconteceu com a Terra e seu povo ou passando pelos eventos reais que levam a ela.
Às vezes, são confrontados com uma batalha direta contra um antagonista. Outras, enfrentam os elementos naturais. Ou, em vez disso, causam conflitos entre si.
As histórias pós-apocalípticas podem ter apenas alguns heróis, ou pode ser um relato épico com muitos heróis.
Pense em uma história como A dança da morte, de Stephen King, que foi contada com muitos protagonistas em vários capítulos.
Mantenha anotações detalhadas sobre seus personagens. Quem são eles nas dimensões físicas, sociais e psicológicas?
Registre detalhes como data de nascimento, características durante a jornada e a progressão do personagem. Alguns escritores também observam coisas como frases de efeito, aparência física e hábitos para o personagem.
4) Escolha seus antagonistas

Agora pense no personagem ou personagens que se opõem ao seu herói.
O antagonista deve, bem, antagonizar.
Ele deve ficar no caminho dos heróis e dificultar as coisas. Às vezes, há uma perseguição de uma maneira ou de outra.
Há situações em que o antagonista tem relação com o apocalipse que acabou com o mundo, e outras vezes o ele só se opõe aos heróis em sua jornada e torna as coisas o mais difícil possível ao longo do caminho.
Lembre-se de pensar no que acontece quando os protagonistas e antagonistas se cruzam. Eles podem interagir e se separar várias vezes ao longo da história, mantendo o grande confronto para o final.
Mas o que acontece quando os heróis finalmente alcançam o antagonista?
Ele tem algo que eles precisam para salvar o mundo, por exemplo, ou tirar o antagonista do caminho significa algo para a jornada dos heróis?
5) Planeje sua epopeia

Existem alguns autores que não planejam suas histórias.
Mas planejar é uma técnica usada pela maioria dos escritores por algumas razões. Evita que você sofra bloqueios e contribui na coerência da narrativa.
Você verá buracos no enredo mais cedo e, dessa maneira, pensará em como adaptar e melhorar as curvas dramáticas para os superar.
Uma forma de fazer isso é escrever algo semelhante a uma sinopse primeiro. Como você descreveria a história para outra pessoa — um amigo ou editor — em apenas algumas frases? A partir daí, passe a delinear a história com mais detalhes e pontos importantes da trama. Mais tarde você pensa na ordem. Agora deve só colocar as ideias para fora.
O importante é que você tenha pelo menos uma ideia de como sua história progride e saiba como ela começa ou termina.
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6) A jornada do herói das histórias pós-apocalípticas

Os elementos mais importantes para as histórias pós-apocalípticas são:
- O apocalipse;
- Heróis e antagonistas;
- A jornada;
- Os conflitos que enfrentam, tanto externos quanto internos;
- Quaisquer outros inimigos — aranhas voadoras, desastres naturais, um mistério para resolver etc.
Existem outros elementos. Estes são apenas o núcleo.
Pode haver grupos ou isolamento, escuridão ou luz, desastres naturais ou batalhas internas. A decisão de como você gira a história de sua jornada depende inteiramente de você. É aí que você se diverte muito.
Obviamente, a jornada não significa nada se não se resume a um objetivo. Qual é o sentido da jornada se ela não tem fim? Geralmente, há uma conclusão da jornada, ou uma luta ou confronto em larga escala entre os heróis e o antagonista.
Às vezes, há sacrifício envolvido por alguns dos membros do grupo, geralmente sacrifício próprio pelo bem dos outros. Pense em histórias como O nevoeiro e, mais uma vez, A dança da morte ou Celular, um apocalipse tecnológico.
7) Mais elementos para suas histórias pós-apocalípticas

Existem muitos subgêneros e subelementos que podem fazer parte da ficção apocalíptica.
Não existem regras que digam que não pode ser uma história curta ou uma história épica de 1000 páginas.
Você pode definir sua história antes ou durante os eventos do fim do mundo, ou depois do apocalipse para explicar como a humanidade (ou um grupo seleto) está se recuperando após os eventos posteriores ao fim do mundo.
Às vezes, existem zumbis e outras criaturas. Outras vezes, apenas elementos humanos na história.
Novamente, há diretrizes amplas para o que se constitui ficção apocalíptica, mas o que você realmente faz com a história depende de você no final, desde que seu objetivo seja uma excelente narrativa.
8) Ficção sugerida para pesquisa

Em qualquer gênero de ficção, é recomendável que você faça sua pesquisa antes de se sentar para escrever.
Isso ajuda você a se familiarizar com o gênero e a ver que tipo de história gosta e quais histórias realmente o incomodaram e o porquê.
Essa é uma habilidade desenvolvida. Um tipo de sentimento que você desenvolve como escritor. Você só pode obter isso através da prática: escrevendo muitas coisas e lendo muitas coisas.
Por isso, abaixo fica uma lista de indicações sobre histórias pós-apocalípticas para você:
- A estrada, de Cormac McCarthy;
- Deixados para trás, de Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins;
- Guerra dos Mundos, de H.G. Wells;
- Guerra Mundial Z, de Max Brooks;
- Eu sou a lenda, de Richard Matheson;
- O nevoeiro, de Stephen King;
- A dança da morte, de Stephen King;
- Celular, de Stephen King.
***
Conclusão
Se este tipo de narrativa te interessa, siga lendo as referências e estudando escrita criativa. Apesar das particularidades do gênero, nos demais aspectos da escrita de um livro, ele em nada se difere dos outros.
E caso você esteja determinado a realmente levar a sério e escrever um livro, recomendo que conheça o curso CAMINHO DO ESCRITOR.
Da ideia inicial à revisão final, este curso te ajudará no processo. Além de poder assistir onde e quando quiser, pois é online, você ainda terá dois projetos para realizar com a sua ideia e que obterá um feedback do professor.
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Este artigo foi traduzido e adaptado do site Re-Fiction.
Me conte!
o que você achou deste conteúdo?
Ótimo, como todos os demais!
Podia escrever um artigo sobre as ficções “punks” e suas diferenças (steampunk, diesel, cyber, bio, etc)?
Grande abraço!
Gostei da ideia. Vou ver a possibilidade, meu amigo!
Muito boas as dicas!
Obrigado, Carolina!