Ler fantasia seria um caminho natural para mim. Na infância, algo em mim sempre se iluminava ao falar sobre dragões ou ao me deparar com a mágica imagem de um elfo.
Esse fascínio, desde cedo, abriu as portas do meu coração para o mundo encantado da literatura fantástica. No fundo, eu sempre quis ler fantasia. No entanto, como em toda jornada, enfrentei alguns dragões reais pelo caminho, especialmente ao tentar me conectar com esse gênero literário.
Durante minha adolescência, entre os anos de 2008 e 2012, me aventurei pelas páginas de histórias fantásticas. Desde os clássicos imortalizados por Tolkien até obras de autores brasileiros da literatura contemporânea, mergulhei de cabeça nesse universo. Mas, como habitante de uma cidade pequena, distante dos grandes centros culturais como Rio de Janeiro e São Paulo, e sem conhecimentos em inglês, eu me via limitado às opções disponíveis.
Com o tempo, comecei a perceber um padrão um tanto quanto repetitivo nas histórias, com exceções raras, e notei também a escassez de novos autores brasileiros nesse campo.
Quando redescobri a Fantasia Brasileira
Essa sensação de repetição e falta de diversidade me levou a dar um tempo na leitura de fantasia. Nesse intervalo, explorei outros gêneros literários e dediquei-me à criação de conteúdo para a internet, o que me aproximou de literaturas consideradas mais “pesadas” ou intelectuais.
Para minha surpresa e alegria, em 2018, ao dar uma nova chance à fantasia produzida no Brasil, descobri que o cenário havia se transformado completamente. Autores como Karen Soarele, Leonel Caldela, Paola Siviero, Jana Bianchi e Giu Domingues estavam renovando o gênero com visões inovadoras e enriquecedoras, o que reacendeu minha paixão e influenciou profundamente minha escrita.
A Importância de ler fantasia com diversidade
Mesmo com essa renovação no cenário literário brasileiro, quando revelei, em 2023, meus planos de publicar um livro e um quadrinho de fantasia, muitos se perguntaram por que eu escolheria justamente esse gênero.
A pergunta “Por que escrever fantasia?” ecoava frequentemente, carregada de um preconceito velado que prefiro não detalhar aqui.
Nascida para o Trono e Fim do Império, meus dois últimos lançamentos, são frutos dessa minha jornada de redescoberta.
Nestas obras, eu quis explorar narrativas épicas que abraçassem culturas diversas, como a africana, e que apresentassem uma variedade de representações de sexualidade. Um exemplo disso é a protagonista trans do livro e o casal de lésbicas no quadrinho. Minha intenção era clara: oferecer ao gênero uma nova perspectiva, distante daquilo que, um dia, me fez afastar-me da fantasia.
Se você se identifica com essa busca por algo novo e refrescante na fantasia, convido você a visitar o site do meu livro Nascida para o Trono. Além disso, o quadrinho Fim do Império.
Embarcar novamente nas águas da fantasia, agora com uma visão renovada e cheia de possibilidades, foi uma das melhores decisões da minha vida. Convido você a fazer o mesmo e descobrir, talvez, o que sempre esteve ali, esperando por você: um mundo de fantasia rico, diverso e infinitamente fascinante.
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