Quem não gosta de um anti-herói?
Na ficção, às vezes é difícil categorizar os vários tipos de personagens. Especialmente quando a moralidade deles não pode ser facilmente definida.
E, sem dúvida alguma, cada vez mais o público procura este tipo de narrativa. Na qual, as coisas não são preto ou branco. Porém existem uma série de nuances e complicações que vão muito além de bem e mal.
Daí vem os sucesso de público das narrativas que têm anti-heróis. E se você quer aprender como criar um, continue lendo este artigo!
O que é um anti-herói?
Basicamente, o anti-herói é uma espécie de protagonista – personagem central da história – que tem aspectos da moralidade que tradicionalmente associamos aos antagonistas.
Um anti-herói é um protagonista que é tão falho ou mais falho do que a maioria dos personagens. Ele é alguém que perturba o leitor com suas fraquezas, mas é retratado com simpatia e amplia as fragilidades da humanidade.
Podemos pensar em Francis Underwood, de House of Cards, ou Han Solo, dos filmes de Star Wars. Na literatura, o melhor exemplo talvez seja Tom Ripley, do livro O talentoso Ripley, de Patricia Highsmith.
Outros tipos de anti-heróis
Um anti-herói também pode desempenhar o papel de um estranho ou solitário. Muitas das vezes possui auto-estima frágil, falhou no amor ou está distante das pessoas do seu passado.
O leitor ama esses personagens porque eles são realistas e relacionáveis, imperfeitos e agitados com contradições.
Também podem ser rebeldes em busca de liberdade ou justiça, e geralmente estão dispostos a tomar a lei em suas próprias mãos. Eles geralmente ocupam uma área cinzenta entre o cara legal e o vilão. Assim como Jack Sparrow nos filmes de Piratas do Caribe. Até mesmo Robin Hood se encaixa nesta categoria.
Os anti-heróis podem ser desagradáveis, lamentáveis ou encantadores, mas são sempre heróis fracassados ou profundamente falhos. Frequentemente repletos de traços e qualidades paradoxais. Eles se assemelham mais a pessoas reais do que qualquer outro tipo de personagem fictício.
O que é importante para criar um anti-herói
Uma das qualidades mais importantes a lembrar é que os anti-heróis raramente, ou nunca, refletem os valores mais elevados da sociedade – ou o que gostamos de pensar como os valores da nossa sociedade.
Por exemplo, o tipo de traços valorizados pela maioria dos membros da sociedade – como honestidade, força, integridade e compaixão – nem sempre será exibido por um anti-herói em uma história. Ou, ele pode ter um arco de personagem onde ele adota a contragosto algumas dessas características.
Os personagens heróis tradicionais eram mocinhos com características que todos nós queríamos imitar. Os anti-heróis invertem essa suposição.
Aqui está o truque para criar anti-heróis: Eles sempre possuem um pathos subjacente. A maioria dos personagens vem com falhas, neuroses e “problemas”. Mas com um anti-herói, esses problemas são mais notáveis e problemáticos, e às vezes atrapalham a formação de ligações íntimas.
Há sempre algo que está estragando o plano do anti-herói, e esse algo é geralmente do seu passado.
Uma história com um anti-herói em um papel de protagonista pode retratar como uma pessoa não pode escapar facilmente do passado, particularmente das perdas profundas.
Como desenvolver um esboço para a criação de um anti-herói
É preciso uma boa mão para desenhar um anti-herói. Pois este personagem requer uma grande quantidade de nuances para despertar reações complicadas no leitor.
Afinal, você precisa saber se o comportamento dele é acidental ou se ele é redimido pelos eventos da história.
Um truque para criar um anti-herói é moldar seus traços primários de modo que sua natureza e personalidade essenciais sejam claras para você ao criar cada cena em que ele aparece.
Você precisa saber o porquê desses traços e crenças. Ou seja, como ele veio a ser assim. Se seu personagem é sem lei, rebelde ou detestável, é provável que de alguma forma ele justifique esses comportamentos.
[Infográfico] 6 Ideias de conflitos para escrever histórias com personagens inesquecíveis
Um anti-herói não é simplesmente um rebelde que não pode seguir as regras. As razões pelas quais ele age como age são importantes para a história.
Ao criar personagens anti-heróis, considere que eles:
- Não são modelos, embora às vezes nós secretamente gostaríamos de nos comportar como eles;
- Quase sempre são sem glamour e sem atrativos no caráter, bem como na aparência;
- Podem ser motivados pelo interesse próprio e pela autopreservação, mas geralmente há uma linha que os anti-heróis não cruzam, o que os diferencia dos vilões;
- Muitas vezes, têm motivos complicados que variam de vingança a honra;
- Quando forçado a escolher entre o certo e o errado, às vezes escolherá o errado porque é mais fácil;
- Podem jogar nos dois lados. Como mocinhos e bandidos, aproveitando ambos;
- Às vezes pode ser coagido para ajudar azarões, crianças ou personagens mais fracos, quem sabe até fazê-lo voluntariamente;
- Podem incorporar traços e comportamentos pouco atrativos, como atitudes sexistas e racistas, e reações violentas quando injustiçados;
- Podem mostrar pouco ou nenhum remorso por maus comportamentos;
- Geralmente são uma confusão de contradições.
Apesar de os anti-heróis serem necessariamente complexos, tome cuidado para não torná-los angustiados demais ou mal-humorados. Ou não terão simpatia do leitor.
Diferentemente da maioria dos vilões, os anti-heróis podem ter um arco de personagem no qual eles são redimidos ou transformados até o final da história.
Na verdade, eles podem se tornar heróicos.
A coisa mais importante a lembrar quando se cria um anti-herói como seu personagem principal é que ele é a antítese do herói ultra-competente.
*Adaptado do site Writer’s Digest.
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E no caso do ant-herói ser mau forçadamente? Como no caso de alguém fraco que escolhe o caminho mais fácil, mas que seu proposito é bom(como proteger alguém) e para isso ele tem que se passar por mau? Isso ainda poderia ser um ant-herói?
Pode sim. Ou também pode ser um vilão simplesmente. Tudo depende do desenvolvimento.