fbpx

Artigos

Síndrome do impostor — Se Neil Gaiman sente, por que não sentiríamos?

Vilto Reis
Escrito por Vilto Reis em 12 de dezembro de 2019
Síndrome do impostor — Se Neil Gaiman sente, por que não sentiríamos?
Junte-se a mais de 5 mil pessoas!

Assine minha newsletter e receba conteúdos exclusivos para escritores!

Se você escreve, já sentiu a síndrome do impostor.

Ela pode não só atrapalhar sua escrita, como alcançar sua vida pessoal, impedindo você de atingir objetivos maiores.

A boa notícia é que você não está sozinho ao se sentir assim.

Profissionais de todas as áreas passam por isso. Inclusive, escritores. E até os renomados.

Veja neste artigo o que é a Síndrome do Impostor, por que isso acontece com você e como resolver, levando em conta o exemplo de Neil Gaiman.

O que é a Síndrome do Impostor?

De repente, você está lá. Acabou de escrever um conto, artigo, crônica, novela, romance etc (insira aqui o que você escreve) e mostra a alguém. A pessoa elogia e sua reação mental é imediata:

Meu Site com Banner

— Só pode estar me bajulando. Não quer me dizer a verdade.

Ou você consegue sucesso de alguma forma (independente do que sucesso literários signifique para você) em situações como:

  • Ser publicado;
  • Ganhar um prêmio;
  • Ser selecionado para uma antologia;
  • Ter muitos leitores;
  • Receber o reconhecimento de alguém que considera muito.

Enfim, sua reação acaba sendo sempre a mesma:

— Será que mereço tanto? Por que eu? E quando descobrirem que sou um impostor?

Deixa eu te falar algo muito importante. Isso não é uma exclusividade sua. Grandes escritores se sentiram e sentem assim, como veremos no caso do Neil Gaiman mais abaixo.

No livro Como contar um conto, Gabriel García Márquez revela que ao receber o prêmio Nobel de Literatura sua primeira reação foi exclamar: “eu enganei eles!”.

Mas por que temos este sentimento?

Por que o escritor sente a Síndrome do Impostor?

Basicamente, não existe alguém que diga: a partir de agora, você é escritor. 

Não temos um rei que nos sagre cavaleiro da Távola Redonda em um cerimonial de tocar com a ponta da espada nossos ombros.

Portanto, fica difícil (e é muito mais no começo) que nos sintamos confiantes. 

O fato de não trabalharmos só com a escrita, de não tirarmos nosso ganha-pão dali, ou de não termos milhares de leitores parece apontar para nós dizendo que somos uma fraude.

Mas a verdade é que, se você está neste ponto, não pode esquecer que todos os outros já passaram ou está nesta mesma estação do Caminho do Escritor.

Ninguém espera que você vá resolver esta dificuldade de uma hora para outra.

Porém é algo que pode começar a trabalhar em sua cabeça e sempre lembrar da história abaixo quando a Síndrome do Impostor bater.

O que Neil Gaiman disse a respeito

O trecho abaixo foi traduzido e adaptado por mim. Se você quiser conferir o original, veja no blog do Neil Gaiman.

Abaixo, na íntegra, o post:

(Eu escrevi isso no Tumblr. Desde então, o trecho foi citado em todo lugar, e me perguntam muito se é realmente algo que eu disse e se é verdade. É, é sim. Aqui está o original.) 

Duckswearhats perguntou: Olá, eu li que você lidou com a síndrome do impostor no passado, e estou realmente lutando com isso agora. Estou em um bom lugar e meus amigos estão passando por muita coisa, e estou lutando para justificar meu sucesso enquanto pessoas tão incríveis são infelizes. Fiquei me perguntando se você tem alguma dica para se sentir menos assim e talvez ser mais gentil comigo mesmo, mas sem machucar ninguém ao meu redor. É uma grande pergunta, eu sei, mas qualquer ajuda tornaria minha vida muito menos estressante.  

A melhor ajuda que posso oferecer é apontar o livro de Amy Cuddy, O poder da presença.

Ela fala sobre a síndrome do impostor (e me entrevista), oferecendo informações úteis.

A segunda melhor ajuda pode estar na forma de uma anedota. Alguns anos atrás, tive a sorte de ser convidado para uma reunião de pessoas incríveis: artistas e cientistas, escritores e descobridores de coisas. E eu senti que a qualquer momento eles perceberiam que eu não estava qualificado para estar ali, entre aquelas pessoas que realmente fizeram as coisas.

Na minha segunda ou terceira noite, eu estava de pé no fundo do salão, enquanto acontecia uma apresentação musical, e comecei a conversar com um senhor muito gentil, educado e idoso sobre várias coisas, incluindo nosso primeiro nome. E então ele apontou para as pessoas e disse as seguintes palavras: “Eu apenas olho para todas essas pessoas e penso: que diabos estou fazendo aqui? Eles fizeram coisas incríveis. Apenas fui para onde fui enviado.”

E eu disse: “Sim. Mas você foi o primeiro homem na lua. Eu acho que isso conta para alguma coisa.”

E eu me senti um pouco melhor. Porque se Neil Armstrong se sentia um impostor, talvez todos se sentissem. Talvez não houvesse adultos, apenas pessoas que trabalharam duro e também tiveram sorte, todos nós fazendo o melhor trabalho possível, o que é tudo o que realmente podemos esperar.

Considerações finais

No fim das contas, talvez nunca consigamos banir por completo a síndrome do impostor.

Ainda assim, minha terapeuta diria para racionalizar estes momentos.

Você pode se fazer algumas perguntas como:

  • Que motivos as pessoas teriam para me bajular?
  • Tudo bem ter um pouco de sorte, mas no que vou transformar esta oportunidade?
  • Por que não posso acreditar que esta posição aconteceu por que trabalhei muito para isso?

Talvez funcione. Talvez seja mais fácil lembrar da história do Neil Gaiman.

Mas o melhor a fazer é seguir escrevendo, hackear a mente, ajustar seu modo de pensar e ir em frente.

Nunca deixe de escrever.


Assista também este conteúdo em vídeo:

Meu Site com Banner

Me conte!

o que você achou deste conteúdo?

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.