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Escrever diálogos - Dicas fundamentais para ser bem sucedido

Vilto Reis
Escrito por Vilto Reis em 23 de fevereiro de 2018
Escrever diálogos - Dicas fundamentais para ser bem sucedido
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Escrever diálogos é uma arte que pode ser aprendida.

Em cursos e mentorias que realizo, encontro muitos escritores que têm medo de escrever diálogos. Se considerarmos que esta é uma ferramenta para dar agilidade à trama, revelar os personagens e ainda acrescentar sutilezas ao texto, você perde muito se não usar.

Mas como tornar os diálogos verossímeis? Esta é uma pergunta que ouço com frequência.

Ou ainda: preciso mesmo escrever diálogos?

Não precisa. O diálogo pode ser mencionado pelo narrador (discurso indireto). Porém se você deseja que as pessoas se identifiquem com seus personagens, ou que eles fiquem na memória do leitor, ou pareçam pessoas de carne e osso, precisa escrever.

Ouça a voz dos seus personagens e deixe que eles falem em seus textos.

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Quer saber como fazer isso? Então continue lendo este artigo para aprender:

  • Qual a função do diálogo na narrativa?
  • 6 Conselhos práticos para melhorar ao escrever diálogos
  • Aspas, travessão e devo ou não marcar os diálogos?
  • Para que servem as reticências nos diálogos?
  • Qual a hora mais adequada de escrever diálogos?

Qual a função do diálogo na narrativa?

Quando o leitor se depara com o diálogo, ele vive o momento presente da cena. Na mente dele, é como se a história estivesse acontecendo no agora. A recriação das vozes dos personagens acontece em seu consciente.

Assim, novas informações podem ser inseridas, em um nível emocional muito mais intenso. De um jeito sútil e eficiente.

Por exemplo, o narrador não precisa dizer que o personagem vai mentir. Isso pode aparecer no diálogo e o leitor irá notar. Por meio da sutileza, atinge-se ainda mais profundidade na história. Além, é claro, de fornecer pistas ao leitor. Um fio condutor para a trama.

Outra possibilidade é tornar a narrativa mais ágil. Será que Dom Quixote seria o clássico que é, considerando as peregrinações de seu protagonista, se não tivessem os brilhantes diálogos entre Sancho Pança e Dom Quixote?

Veja também:

6 Conselhos práticos para melhorar ao escrever diálogos

Se você apenas considerar estes 6 conselhos a seguir, já dará um salto de qualidade na escrita dos seus diálogos.

1) Evite falar demais

Mostrar as coisas em vez de contar é importante, mas evite falar demais.

O diálogo é útil para que os leitores conheçam os principais detalhes do enredo. No entanto, o diálogo também é melhor quando contém narração concisa em oposição a muita exposição.

Soa vazio e óbvio quando os personagens compartilham informações que ambos sabem, claramente para o benefício do leitor. Parece uma conversa coreografada, que nada tem a ver com a vida.

2) Não revele no diálogo o que está no subtexto

Às vezes, os personagens dizem coisas tão óbvias como, “Nosso casamento está caindo aos pedaços”, ou “Sou um empresário implacável e não vou parar até estar no topo”.

No entanto, esses detalhes podem aparecer no subtexto, construindo assim conversas mais sutis. Veja este diálogo de Dorothy Parker em A solidão dos casais:

– Detroit na linha – disse a telefonista.
– Alô – disse a jovem em Nova York.
– Alô – disse o jovem em Detroit.
– Oi, Jack, como estou feliz de te escutar, amor. Não sabe quanto…
– Alô – ele repetiu.
– Não consegue me escutar? Eu te ouço como se você estivesse aqui mesmo. E agora? Está me escutando?
– Com quem quer falar?
– Com você, Jack! Sou eu, amor. Tenta me escutar, por favor. Sou a Jean.
– Quem?
– Jean. Não está reconhecendo minha voz? Sou Jean, amor, Jean, amor.
– Ah, olá. Que surpresa. Como você está?

Alguma dúvida que esta não é uma história de amor bem sucedida? Está tudo ali. Pela forma como esses personagens se relacionam, sabemos que estão distantes, frios e apenas um deles está apaixonado. Em uma ligação telefônica, ou uma simples conversa, podemos descobrir portas que se abrem para novas emoções.

O diálogo tem o poder de inferir, bem como dizer, então lembre-se de usá-lo.

3) Use conflito e voz para mostrar os personagens e suas diferenças

Chuck Palahniuk, autor de Clube da Luta, costuma dizer em suas oficinas que você deve inserir o quanto antes dois personagens em cena. Pois assim terá conflito. E para isso, esses personagens precisam falar.

O conflito entre personagens em diálogo revela seus pontos de vista, metas ou pressupostos opostos.

Você deve procurar sempre incluir conflito, revelando diferenças sutis e mais abertas entre as vozes dos personagens.

4) Fuja dos acentos fonéticos

Acentos escritos foneticamente podem parecer falsos, na melhor das hipóteses. E culturalmente ofensivos na pior das hipóteses.

Com acentos fonéticos, refiro-me a expressões do tipo:

“Não tem nada pra nóis comê.” Ou “Aqui só serve arroz com flango.”

É mais seguro fugir desse tipo de coisa. Apenas reforçam estereótipos que não interessam à ficção. Ainda assim, isso não é uma regra. Eu mesmo uso muito “tô” em vez de “estou” em meus diálogos.

5) Cuidado com os verbos dicendi

Verbos dicendi excessivos e exóticos tornam o discurso escrito menos crível.

Não sabe o que é verbo dicendi? São aqueles verbos de “dizer” alguma coisa. Muito úteis para sinalizar ao leitor quem está falando. Ex.:

“Não vá por este caminho”, disse ele.

Identificar os falantes em seu diálogo garante que seus personagens não sejam lidos como um turma de escola da primeira série falando ao mesmo tempo.

Por outro lado, você não precisa identificar a cada linha quem está falando. Vejamos esse diálogo simples:

“Bala, pai.”
“Mas filho. Estou sem dinheiro.”
“Não vai comprar cigarro?”
“É claro.”
“Bala, pai.”

Está claro quem está falando? Então não precisa de verbo dicendi.

“Quando ouve um personagem num diálogo, o leitor deve ter a possibilidade de identifica-lo imediatamente, com base apenas na voz, sem a ajuda de qualquer explicação que o narrador pudesse proporcionar.”
–  Silvia Adela Kohan

Procure também fugir daqueles verbos dicendi exóticos. Verbos do tipo: elucidar, objetar, rejubilar, tachar ou conjecturar – após uma linha de diálogo. Apenas sinalize quem disse, sem deixar que o verbo dicendi roube a atenção no texto.

6) Cuide do ritmo do diálogo e equilibre-o com a narração

O ritmo no diálogo é importante.

Em uma cena tensa, a fala dos personagens devem ser breves e diretas. Certifique-se de que o comprimento, a estrutura e a complexidade da frase se adequam ao característico do personagem e ao propósito do diálogo em questão.

Se a fala que você precisa escrever é um pouco longa, balanceie com vícios de linguagem. Ex.:

“Sabe de uma coisa? Vou te falar só uma vez. Aquela vizinha é uma rapariga mesmo, sabe? Tem fogo no rabo, não te avisei? Sendo bem sincera, se eu fosse você, nem falava mais com ela. Presta atenção, vou te dizer só uma vez. Foi ela quem roubou o lençol da Lourdes outro dia.”

É preciso saber quando equilibrar as coisas. Balanceie o diálogo com a narração e use a descrição, quando necessário, para ancorar as conversas dos seus personagens no espaço e no tempo em que estão.

Perguntas frequentes sobre escrever diálogos


Aspas, travessão e devo ou não marcar os diálogos?

A forma mais tradicional de se escrever diálogos em língua portuguesa é o travessão (–). No entanto, não existe uma regra. Você pode usar aspas (“”), a forma tradicional anglo-saxã, ou nem mesmo marcar os diálogos. Fica ao seu critério.

No caso da pontuação, optando por travessão, você deve iniciar a frase com travessão (–), colocar a falar do personagem, seguida de um novo travessão (–), a explicação de quem disse e, então, o ponto final.

Exemplo.:

– Não se fala mais nisso – disse João.

Ou se a fala continuasse:

– Não se fala mais nisso – disse João –, vou comprar a carne.

Se usássemos as aspas, poderia ficar assim:

“Não se fala mais nisso”, disse João.

“Não se fala mais nisso”, disse João, “vou comprar a carne.”

Para que servem as reticências nos diálogos?

Com frequência, vejo escritores pecando pelo excesso de reticências (…) nos diálogos.

É evidente que reticências são importantes. Suas duas funções principais ao escrever diálogos são:

1) Podem fazer com o que leitor subentenda o que vem a seguir.

Ex.: Seus sonhos podem ser grandes, mas no fundo são uma…

2) Também podem indicar as hesitações tão comuns na oralidade:

Ex.: Sabe o nome daquele negócio que o médico usa? O… Es… Ah, estetoscópio!

Mas o mais importante é não exagerar. Seu texto não ficará mais filosófico só por estar cheio de reticências. Nem mais cheio de pausas.

Embora às vezes quando quero deixar um personagem mudo em uma fala, costumo usar as reticências da seguinte maneira:

“Você não vai me falar nada?”
“…”
“Caramba, assim fica difícil!”

Qual a hora mais adequada de escrever diálogos?

Talvez esta pergunta esteja respondida em tudo que falamos, mas vale à pena ressaltar sua resposta.

O diálogo deve ser usado quando você precisa:

  • Dar mais ritmo à história;
  • Revelar informações sobre seus personagens;
  • Aproximar o personagem do leitor;
  • Oferecer pistas da trama;
  • Criar contradições benéficas dentro da história;
  • Fazer a ação avançar;
  • Complementar uma ação;
  • Entre outras coisas.

Portanto, alguma dúvida sobre a necessidade de você cada vez mais dominar esta técnica?

***

Caso queira se aprofundar mais no assunto, há um pequeno guia que recomendo. É o livro Como Escrever Diálogos: A arte de desenvolver o diálogo no romance e no conto, de Silvia Adela Kohan (ver na Amazon).

***

Conheça também o Curso CAMINHO DO ESCRITOR, com 20 módulos e um exclusivamente dedicado à escrita de diálogos. É só clicar na imagem abaixo:

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94 Replies to “Escrever diálogos – Dicas fundamentais para ser bem sucedido”

Sue

Boa noite! Eu ando lendo bastante seu site, tenho um amor por escrever já tem um bom tempo, e percebi que não basta só amor para eu passar o que realmente quero da melhor forma possível. Eu costumava escrever fanfic’s quando era mais nova, sempre tive muita criatividade, na época meu maior erro era não pensar no desenrolar da história, só pensava no início e no fim e acabava nunca conseguindo desenvolver por muito tempo então parei. Desde então minha cabeça é cheia de personagens e ideias, histórias que eu criei e decidi finalmente me jogar tentar escrever meu primeiro livro, com uma história que já venho pensando há mais de um ano. Organizei cada capítulo com um pequeno resumo no bloco de notas, fiz a sinopse e só escrevi até metade do capítulo 3, agora vou parar pra revisar de acordo com o que anotei sobre suas dicas sobre diálogos. Enfim, a minha história tem oito personagens principais e um romance principal ( triângulo amoroso ), apesar de necessitar muito nas narrativas, é uma história praticamente movida a diálogos, se não as cenas não andam e as coisas ficam sem sentido. Queria saber 1) se você tem alguma dica para manter o interesse do leitor em histórias com muitos personagens e organizar de uma forma que fique claro a personalidade de cada um e qual seu papel na história 2) se você tem algum guia pra cenas eróticas, qualquer dica que possa me dar, se tem algo que pode ou não possa escrever, formas de tornar mais interessante 3) qual plataforma você indicaria para eu lançar minha história quando terminar 4) quanto tempo você demorou pra escrever seu primeiro livro 5) as melhores ferramentas na internet para ampliar vocabulário quanto a escrita sem ser o dicionário de sinônimos. Desculpe pelo excesso de falação, e parabéns pelo site, estou lendo à tarde toda e está me ajudando muito!

Vilto Reis

Oi, Sue. Tudo bem?
Obrigado por acompanhar o site. Siga escrevendo. Vou responder suas perguntas com honestidade e sinceridade:
1) Eu mesmo (no momento) não conseguiria escrever uma história com oito protagonistas. Exige muito mais do escritor. Será que precisa realmente de tantos assim? Não é possível pegar a história de dois deles e contar? Vai ser mais fácil de você conseguir escrever esta história até o fim.
2) Não tenho, mas recomendo que leia Anis Nïm. Pra mim, a melhor escritora de contos eróticos. Não somente pelas descrições, mas por mostrar que sempre tem um segundo sentimento envolvido além do desejo.
3) Se sua ideia é lançar independente, Wattpad se você estiver interessada em ganhar leitores (mas não dinheiro) ou na Amazon KDP se quiser algum retorno financeiro.
4) 22 dias para escrever a primeira versão e quase dois anos para transformar aquele texto horrível em um livro de verdade. Faz parte.
5) Recomendo muito uma ferramenta que não tem online, o Dicionário analógico (esse aqui: https://amzn.to/2lzWLnY), pois a partir de uma palavra, ele te dá uma série de conceitos.
Ufa! Espero ter ajudado.

Sue

E sobre o caps look em falas gritadas? É melhor citar que a pessoa gritou ou não tem problema usar?

Vilto Reis

Mera escolha do escritor. O mais usual é dizer que o personagem gritou (até para não ficar parecendo conversa de Whatsapp de grupo de família, haha).

Fábio Gago

Sobre a última questão da Sue,vale a mesma regra para a gargalhada?

Vilto Reis

Pode explicar melhor a pergunta?

Fábio Gago

E sobre a bíblia?
Quase não se usa travessão ou aspas.
Eles estão corretos na colocação?

Vilto Reis

No caso da bíblia, foi adaptado para o português porém, penso eu, foi mantido alguma coisa do latim, pois a forma utilizada não é muito usual. Isso não quer dizer que esteja errado. Só é uma forma menos convencional.

Bryan

Muito obrigado. você ajudou muito no meu projeto.

Vilto Reis

Valeu, Bryan!

MICHELE BATISTA PEREIRA

Olá,

Muito obrigada por compartilhar as informações de forma tão organizada.

Estou escrevendo um romande e sempre que os personagens conversam pelo whattshap eu fico em dúvida de como sinalizar isso. Você teria alguma sugestão ou indicação para dar?

Vilto Reis

Tenta colocar numa nova linha em itálico. O leitor já vai entender. Na primeira vez, você diz que eles estão trocando mensagens de texto. Depois não precisa explicar mais.

Thammy

Posso colocar uma frase assim:
Paro de escrever — O que? — olho para ele subindo o desespero – Procurou? Direito?

Ou a fala sempre tem que vir primeiro?

Vilto Reis

Poder você pode, mas como as pessoas estão mais acostumadas a ler a fala primeiro, isso vai causar um pouco de confusão no princípio da leitura. Aí cabe você considerar se vale à pena manter dessa formar, mas possivelmente perder alguns leitores que vão achar confuso e desistir.
Espero ter ajudado.

Giovanna

Muito obrigada! Estou no 9° ano e precisava de algumas dicas, pois gosto muito de escrever e criar as histórias mais mirabolantes, mas tenho dificuldade em manter um nexo e evitar longos e cansativos textos. Entretanto, seu site está me auxiliando muito! Tem alguma dica para uma inexperiente escritora de romances?

Vilto Reis

Oi, Giovanna.
Pode parecer boba, mas a dica principal é “persista escrevendo”. Esses problemas que você mencionou só se solucionam com a prática. Outra coisa que pode ajudar você é estruturar sua história antes de escrever. Indico este artigo aqui para te ajudar nisso: https://viltoreis.com/planejar-um-livro/
Grande abraço.

Rafael Matias

Parabéns, me ajudou muito em organizar minha história.

Vilto Reis

Valeu, meu amigo. Muito obrigado!

Gustavo

Olá!
Eu tenho uma duvida sobre diálogos. Eu sempre escrevi o dialogo em linhas ”continuas” (assim como em livros), uma após a outra, porem em texto onlines (principalmente no wattpad) me deparo muito com falas ”espaçadas”.
Vou exemplificar.

Exemplo 1 (jeito que estou acostumado a escrever)

– Bob, você poderia me ajudar ?
– Claro que sim Fred. O que você precisa ?
– Pegue a caixa de ferramentas lá na garagem, por favor.
– É pra já! – Bob rapidamente se levantou e foi em direção a garagem.

Exemplo 2 (jeito que costumo ver mais em sites de historias amadoras)

– Bob, você poderia me ajudar ?

– Claro que sim Fred. O que você precisa ?

– Pegue a caixa de ferramentas lá na garagem, por favor.

– É pra já! – Bob rapidamente se levantou e foi em direção a garagem.

Minha duvida é, existe alguma ”Regra” ou consenso sobre isso? (digo mais na questão de textos online mesmo)
Ou pode se escrever da forma que achar melhor , e ai depende do leitor ver o que lhe agrada mais?

Gustavo

Revendo aqui nesse site o espaçamento não fica tão diferente kkk, então não sei se deu pra entender direito kkk.
Mas é pq principalmente no wattpad (que uso para ler ), fica muito diferente escrever soltando espaço entre as falas e escrever tudo direto.

Mas em fim, no Wattpad (onde esse formato mais espaçado é comum) fica nitidamente uma linha de espaço entre cada fala.
Desculpe se ficou confuso pela primeira mensagem, mas acho que agora vai ficar mais claro ^^

Vilto Reis

Deu para entender. Espero ter respondido acima 😉

Vilto Reis

Oi, Gustavo.
Não precisa se preocupar tanto com isso. Em livros, além dessa diferença que você falou (a ausência de espaçamento após o parágrafo), também temos o recuo na primeira linha de cada parágrafo. Na internet, entretanto, a formatação que o pessoal usa é diferente. Por isso, acredito, o Wattpad optou por seguir uma formatação mais no estilo da internet mesmo. Mas não se preocupa com isso, cada meio possui sua linguagem e é melhor respeitar para não criar um estranhamento por parte do leitor.
Grande abraço!

Marah Caraí Muinietu

Olá Vilto, Gratidão imensa!!! Sempre gostei de escrever, Há 3 anos atrás tive um grave AVC mas a medicina com suporte da Espiritualidade operaram o milagre e sobrevivi. Tive que voltar a aprender até a tomar banho mas estou muito Bem! Só que descobri o manuscrito de dois livros incompletos – um romance policial : Chocolate com Morangos e outro para adolescentes rsrs Histórias fascinantes… até a partir de alguns comentários que meu filho resgatou mas que as pessoas se perderam nesses 12 anos que havia parado de escrever porque me “joguei” no trabalho para comprar meu carro e casa… VOCÊ está sendo meu passaporte para resgatar os fragmentos de memória sobre/ e das histórias para seguir em frente, quando estou reaprendendo até a digitar. Deus o abençoe infinitamente.

Vilto Reis

Poxa, que história!
Boa sorte com seus escritos. Fico feliz que os conteúdos estejam ajudando.
Muito obrigado.
Grande abraço.

Flavia

Olá, Vilto. Tudo bem?
Eu também sou uma escritora amadora, como a maioria das pessoas dos comentários, e queria tirar uma dúvida sobre pensamentos em narrativa. Sei que a melhor forma de deixar uma leitura fluida é adaptar os pensamentos dos personagens, para que fiquem como forma de narração; alguns pensamentos, porém, são melhores quando expressados diretamente.
Particularmente, eu costumo usar o itálico para indicar tais pensamentos, porque achei a opção mais estética do que no caso das aspas. Minha dúvida é a seguinte: como continuar a narrativa depois de colocar os pensamentos em itálico, especialmente quando estes precisam ser finalizados com pontuação especial?

Exemplo (considere as sentenças entre asteriscos, como os pensamentos formatados em itálico):

1) “*O que está acontecendo?*, questionou-se em pensamentos.” (Nesse caso, eu coloco uma vírgula vinculada ao ponto de interrogação mesmo?)

2) “*Caramba*, pensou o rapaz, *como posso fazer isso sem que tudo termine em caos?*” (A narrativa vem entre vírgulas, com a segunda parte do pensamento iniciada em letra minúscula? Ou a narrativa termina com um ponto final e, na sequência, inicia-se o novo pensamento com letra maíuscula?)

Obrigada desde já! Aguardo sua resposta.

Vilto Reis

Oi, Flávia. Obrigado por acompanhar.
Não existe um consenso sobre a forma “certa” de fazer isso. Logo, os dois exemplos que você citou podem ser utilizado sem problemas. O importante é você fazer uma escolha de estilo e ser fiel a ela.

Dias

tudo bem? gostei muito do seu site, parabéns pelo conteúdo. 😉

Vilto Reis

Valeu, Dias. Obrigado!

Emerson Nascimento

Ajudou muito, Obrigado pelas dicas. Abç.

Vilto Reis

Que bom que gostou, meu amigo.
Obrigado por comentar!

Kenny

Livros com diálogos de áspas, alguém pode me recomendar alguns? não conheço nenhum…

Vilto Reis

Oi, Kenny.
Normalmente, os tradutores substituem as aspas por travessão quando os livros vêm para o português. Dois livros que lembro que saíram aqui com aspas foram: On the road, de Jack Kerouac, e O professor do desejo, de Philip Roth.
Obrigado por comentar e acompanhar!

Jeferson

Olá..
Gostei muito da maneira como você coloca as coisas e isto facilitou muito para eu absorver o conteúdo.
Gosto muito de escrever, mas não fiz isso quando jovem e agora, aos 74 resolvi tentar.
Sempre tive por hábito observar as pessoas e o que elas fazem.
Teve uma época que eu conhecia alguém e, quando chegava em casa, fazia um resumo do “personagem”.
Encontrei varia pessoas que mereciam ser personagens de uma boa historia.
Com o tempo e com as dificuldades que temos para sobreviver, este material acabou se perdendo.
Todavia, ainda tenho uma série de ideias e de coisas que vivi que poderiam resultar boas historias então, vou tentar colocá-las no papel.
Eu gostaria da sua opinião e de um eventual conselho.
Quase sempre, quando penso em escrever uma, penso em fazê-la na primeira pessoa.
Eu não sei se é melhor assim ou não. As vezes me parece arrogante demais.
Apreciaria um conselho teu e sugestões de onde encontrar material sobre essa dúvida.

Vilto Reis

Olá, Jeferson. Nunca é tarde para começar.
Sobre sua dúvida, talvez este artigo aqui possa te ajudar: https://viltoreis.com/primeira-segunda-ou-terceira-pessoa/
Mas adianto que não há problema algum em escrever em primeira pessoa.

Lucas

Sobre tempo dos dialogos.
Narro meu livro no tempo presente.
“Joaozinho entra na sala e se depara com todos lhe esperando”
e nos dialogos eu uso o tempo presente tambem.
“— Oi joão. — cumprimenta um senhor.”
” Olá, como vai? — responde”

E eu queria saber se está certo, ou teria de ser:
“— Oi joão. — cumprimentou um senhor.”
” Olá, como vai? — respondeu”

Vilto Reis

Oi, Lucas. Se a narração está no presente, mantenha também os verbos dicendi. Está certinha a forma que você está fazendo!

Alair

Me ajudou bastante. Vim por uma dúvida e sanei outras, rs. Obrigado!
(2021, nois ta como? preso em casa por causa da pandemia, tentando escrever rs)

Vilto Reis

Pelo menos, estamos tirando alguma coisa de bom desse desastre. Que bom que o site ajudou 🙂

Lucas

É errado por o nome do personagem e logo após a frase? exemplo:

João— Oi tudo bem?

Vilto Reis

Não é que esteja errado, Lucas. Apenas não é usual. Ou seja, soa estranho. Se quiser ver a forma mais usual de pontuar o diálogo, já fiz um vídeo sobre isso: https://www.youtube.com/watch?v=q4LeGSY2pDA

Carol Furtado

Oi, Vilto Reis. Meu nome é Carol Furtado e eu já escrevo tem um tempo, mas como você sabe, a gente nunca para de ter dúvidas. E a minha, nesse momento é sobre diálogos. Na verdade, é mais sobre um personagem contando uma história para o outro, mas isso não é o cerne na história. É uma moça contando o que aconteceu com ela. Como eu demarco essa parte para não ficar uma fala enorme? Não sei se deu para entender. Espero que consiga me ajudar. Obrigada!

Vilto Reis

Deu sim, Carol. Escreva em primeira pessoa. No caso, esta pessoa que conta a história a outra é a narradora.

Rogério

o uso de aspas nos diálogos é bem melhor, mais bonito e mais fácil para o escritor, não sei por que no Brasil adotaram esse maldito travessão…O uso de aspas deixa até o visual da página bem melhor.

Vilto Reis

Bom, neste caso, é uma questão de opinião. Já preferi as aspas, hoje prefiro o travessão, pois penso que polui menos a página, mas de novo, questão de gosto.

Gabriel

Adorei as dicas, simples e objetivas.

Vilto Reis

Valeu, Gabriel. Obrigado!

Akito

Boa noite.
Como descrever o passado da personagem? Coloco algo a avisar tipo *PAST* ou de outra forma que eu desconheço? Se me puder responder a essa dúvida, realmente agradecia. Eu já domino praticamente tudo o que preciso para a escrita mas essa parte de como descrever o passado, uma visão ou até um flasback me deixa confuso.

Vilto Reis

Uma das formas é deixar duas linhas em branco, como se fosse um corte de cena, descrever a cena do passado, deixar mais duas linhas em branco e retomar a ação no presente. Esta é só uma forma. Seria bacana você analisar como os autores que você gosta fazem isso também.

Beatriz

Olá. Se eu puder responder sua pergunta tambem… eu gosto de colocar, quando eu escrevo, em negrito na parte superior, a data do acontecimento, e a cidade e estado onde aconteceu. Fica bem legal.

Ex:
1999, São Caetano do Sul

Bianca estava em casa lendo um livro […]

Vilto Reis

Este recurso que você citou é bastante usado no cinema, mas nada impede de utilizar na literatura também. Só me pergunto se não seria interessante transmitir essas informações pela própria narração. Por exemplo: em vez de citar o ano de 1999 logo de cara, por meio de descrições e coisas que as pessoas só tinham em 99, sugerir o ano em que se passa a história.
Obrigado por participar, Beatriz!

Fernando

Gostei bastante do texto! Valeu!

Vilto Reis

Muito obrigado, Fernando 🙂

Kimberly

Bom dia! Bom, estou começando a escrever uma história, e estou com uma pequena dúvida: Posso começar uma história com um diálogo? Como por exemplo: A história começa com um personagem, seja gritando com o outro, ou falando alguma coisa com outro personagem ali presente na cena, (pode até estar resmungando sozinho) ou outra coisa desse tipo? Agradeço muito pelo incrível artigo, me ajudou muito! ^w^

Vilto Reis

Oi, Kimberly. Pode sim, sem problemas. Você é a autora e é você quem manda!

Vick

Como fazer um diálogo de amigos que se conhecem a anos, mesmo antes da parte contada no livro?
Obrigada!

Vilto Reis

Uma dica é fazer referências no diálogo a brincadeiras ou memórias que só os dois tem e depois, no decorrer do livro, você explica isso ao leitor.

Laura

Bom dia!

Eu tenho usado muito, ela isso, ele aquilo… Exemplos: “Ela consentiu”, “Ele concordou” e muitas vezes eu até mesmo uso no começo de um parágrafo, “Ela estava deitada, fitando o teto….” Alguma dica ou artigo do site que possa me ajudar com isso? Está ficando um pouco estranho por que isso está se repetindo muito.

Vilto Reis

Oi, Laura. Você pode usar o sujeito oculto, ou seja, quando for um parágrafo que se refere apenas às ações de um personagem, não precisa repetir a cada frase o sujeito. E também pode usar uma outra qualificação para se referir aos personagens. Digamos que um seja médico e o outro advogado. Você pode usar “o médico reparou…” ou “o advogado contestou…”, assim, foge dessas repetições.

LSGomes

Olá vilto suas dicas são realmente muito boas, mas eu queria tirar uma dúvida que não encontro em lugar nenhum como eu posso fazer para escrever uma fala de um “monstro” onde só uma pessoa em cena entende o que ele fala? Se puder me responder isso vai ser de grande ajuda.

Vilto Reis

Acho que entendi a dúvida, Léo.
Você poderia “descrever” a fala do monstro com palavras incompreensíveis. E depois fazer o personagem respondê-lo, como se tivesse entendido. Assim, o leitor vai apenas inferir a conversa, sem ter certeza.

Eliane Mesquita

Gostei muito das dicas, mas continuo com dúvidas. Quando o personagem “filosofa”, por exemplo, não há como deixar o diálogo curto. O que fazer?

Vilto Reis

Neste caso, pode se manter o discurso longo, mas vez ou outra deve se descrever algum gesto físico do personagem e utilizar sempre expressões da oralidade, para não parecer um ensaio escrito, mas sim um discurso proferido.
Obrigado por comentar!

Guilherme

É errado usar, antes dos diálogos, o nome do personagem pra ficar mais fácil de indentificar as falas? Tipo:

João: Vamos jogar bola?

Davi: Sei não cara. Depende de minha mãe.

Vilto Reis

Errado não é, mas essa forma é mais comum no teatro. Na literatura, soa meio estranho para os leitores que são habituados aos livros.

Cigo

Salve! Eu ando com um problema muito específico em uma cena em particular. Digo, é uma cena de um professor explicando a fórmula de um trabalho de artes para os alunos. Como esse trabalho tem uma parte quase que essencial na história, senti que fosse chato apenas o apresentar brevemente enquanto narrava, precisava de algo que fosse minimamente marcante. De começo, pensei em iniciar um diálogo baseado na explicação desse professor com interrupções de dúvidas dos alunos. Não vou mentir, ficou bem legal, mostrei para alguns amigos que compartilham do ofício e eles concordaram. Mas também concordaram comigo em outro ponto: O tamanho das falas. Sabemos da natureza de uma aula. Quem mais fala é o professor. O que acontece é que os diálogos dos alunos são perguntas, portanto, bem mais breves. E as oposições da narração que consegui encaixar são meras ações desse professor na lousa ou alguma reação dos personagens-chave. E pra concluir a explicação, os diálogos do professor ficaram com uma média de cinco linhas, me baseando em uma fonte de tamanho 10 a 12. Eu tentei dar uma abreviada, até certo ponto consegui podar. Mas sempre que sintetizo mais a partir desse ponto, o diálogo vai perdendo profundidade. Apenas soa como um professor totalmente apressado (O que não é o caso do personagem, que é um professor que ama o que faz). Talvez você possa vir me falar que uma ou outra fala grande no enredo todo não seja lá um problema, um amigo chegou a me dizer isso, mas sabe como é o envolvimento que criamos com a obra, e eu queria de verdade que fosse algo fácil, digerível. Não chulo, tampouco com falta de complexidade, mas como é uma obra que aborda assunto como carreira artística, período escolar, depressão e entre outras coisas, eu queria poder criar de certa forma que a pessoa que lê possa se identificar e absorver os temas abordados sem precisar de uma bagagem literária mais robusta.
De qualquer forma, parabéns pelo texto. Achei muito bom e compartilhei com amigos. Parabéns!

Vilto Reis

Olá, Cigo. Fico até sem jeito de responder brevemente um comentário que você se dedicou tanto em explicar seu problema, mas é um pouco difícil pensar em mais soluções para o texto sem lê-lo. Uma dica breve que posso dar é: pense no que esse diálogo representa para a história. Se ele for fundamental e envolver os conflitos dos personagens, não importa o tamanho dele.
Obrigado por comentar!

Selina

Olá! Gostei muito das informações repassadas, que bom descobrir esse site!
Gostaria apenas de tirar uma dúvida: estou desenvolvendo um romance em que um dos personagens principais faz o uso da linguagem de sinais, porém, não sei como escrever os diálogos deste personagem e o restante sem causar confusão. Posso estar utilizando aspas quando houver a comunicação por libras e travessão quando ocorrer a fala? Ou utilizar somente o travessão é compreensível desde que o leitor saiba a forma que estão se comunicando?

Vilto Reis

Obrigado por acessar, Selina.
Você pode tanto fazer como mencionou como também apenas descrever na narração os sinais feitos e como o personagem que está vendo a cena entende esses sinais (essa segunda opção seria a que eu escolheria).
Espero ver mais participações suas por aqui! 🙂

Altair Feltz

Bem! Meus livros geralmente tem mais de 200 páginas, eu não consigo escrever um que seja sem diálogo. Dependendo do enredo alguns personagens ficam expostos em suas conotações, pois pode acontecer do personagem ter que explicar algo e fica no apenas, “Ele disse que tem algo acontecendo” então quebro com os diálogos muitas vezes longos. Claro que normalmente geralmente entram no meio de um suspense e obviamente passam a ser interessante.
Você falou das conversas fonéticas. No meu livro “Parque das Flores Mortas” um dos personagens é caipira e soa engraçado sua conversa, mantê-lo de outra forma é ruim. Por outro lado, alguns trabalhos meus tem repercutido mundialmente e ganhou versões em Inglês e Espanhol, e tive que me obrigar a mexer no diálogo do caipira, pois não consigo traduzi-lo com uma fonética inglesa como um exemplo.
Mas legal a dica, grande abraço.

Vilto Reis

Obrigado pelo seu comentário, Altair. Boa escrita!

Vivi

Oi, boa noite! Eu escrevo a algum tempo, mas só há alguns meses que publico.
Minha dúvida é sobre diálogos. Sou bastante detalhista na escrita.
Mas, gosto de colocar o nome antes da frase.
Exemplo:
Maria: – Você vai na casa de José hoje?
Rosa: – Hoje eu não vou, estou cansada.
Está errado? Porque me sinto muito confortável escrevendo assim.
O que você me diz.

Vilto Reis

Olha, a arte aceita tudo. Ou seja, errado não está, mas não é muito convencional. A maioria dos leitores vai estranhar este formato, afinal você já leu algum livro de ficção (literatura, não teatro) escrito deste modo? Eu desconheço.
Espero ter ajudado 🙂

Sônia Regina Böhme Federice

Achei bastante instrutivo. Bem esclarecedor. Irá me ajudar a melhorar um pouco. Obrigada.

Vilto Reis

Fico feliz por isso, Sônia.

Heloìsa Carvalho

Explicado com sucesso! Só me restou uma dúvida, qual a melhor forma de indicar a intonação de uma fala? Por exemplo:

– Por que você fez isso? (Marta disse preocupada).

Ou:

Marta disse preocupada:

– Por que você fez isso?

Apenas uma dúvida porque odeio ler as falas dos personagens e descobrir no final que a intonação a ser usada deveria ter sido outra, mas eu não tenho muita noção de escrita haha.

Vilto Reis

Acredito que seu segundo exemplo seja o melhor. Obrigado por comentar 🙂

Derick

Ola, tudo bem?
Tenho uma dúvida referente a formatação de um diálogo, caso eu queira pontuar quem está falando com o nome do personagem atrás da fala, como no exemplo:

Fulano: – Atrasado novamente, qual a desculpa dessa vez?

Beltrano: – Você não vai acreditar! Sério não vai mesmo, não vou nem tentar.

Há algum erro em escrever o diálogo dessa forma?

Vilto Reis

Olá, Derick. Não é o convencional. Fica parecendo texto de teatro, mas também não dá para dizer que está errado.

Simon

Olá, boa noite. Gostei muito de suas dicas de como escrever um diálogo e sobre a pontuação dos diálogos. Mas ainda estou com uma dúvida. Quando uma personagem precisa contar uma história, e eu começo a história com o travessão. Posso dividir a fala dela em parágrafos? E nesse caso, se não me engano, na escrita anglo-saxônica não há problema em retomar a fala com aspas abrindo o parágrafo novo indicando que é a continuação da fala da personagem anterior, mas na escrita no português, eu abro o próximo parágrafo com travessão? Se sim, isso não confundiria o leitor?

Não sei se fui claro.

Vilto Reis

Oi, Simon. Sim, dá para fazer o memsmo em português. Abre o parágrafo seguinte com aspas, mas não fecha. Só fecha o último.

Paulo Vaccari

Olá, Vilton Reis, gostei do que nos ensinou! Pode me tirar mais duas dúvidas? A primeira é como eu grafaria uma palavra dita de forma errada por um personagem, como por exemplo “noturnico” ou invés de “noturno”. Devo escrever entre aspas, em itálico,… ou não preciso diferenciá-la? A segunda é parecida, se não houver falta de ortografia, mas a construção da frase for errada, como “para mim fazer”, o “mim”, deve ser grafado de forma diferente? Desde já, obrigado! Abraço.

Vilto Reis

Oi, Paulo. Em geral, se coloca em itálico palavras que o escritor escreveu propositalmente errado para simular a voz do personagem.

João

Obrigado, o conteúdo contribuiu dms pra mim.<3

Vilto Reis

Fico feliz, João. Se puder, assine a newsletter para ser informado sempre que sair um novo conteúdo 🙂

Erika

Olá, n sei se tu ainda está respondendo kkk, mas lá vai a pergunta:
Quando eu tenho um diálogo com vários personagens envolvidos (por exemplo, uma família discutindo na mesa de jantar), como posso fazer para n usar os verbos dicendi? Entendo que são comuns, mas particularmente ñ gosto muito deles kkk. Alguma dica?

Vilto Reis

Sigo respondendo sempre que consigo, haha. Em vez de dizer que “fulano disse”, coloque um gestou dele após a fala. Por exemplo, “João levantou da mesa, virando-se para sair”.

Maria

Olá eu queria saber se pode colocar o nome do personagem antes da fala por exemplo:
João:_ Olá está um belo dia! Não é mesmo beca? * da um leve sorriso no rosto*

Vilto Reis

Olá! Sim, é possível usar essa estrutura, especialmente em roteiros de teatro, cinema ou TV. Porém, em prosa narrativa (como romances, contos etc.), a forma mais comum de representar diálogos é utilizando o travessão, como:

— Olá, está um belo dia! Não é mesmo, Beca? — disse João, dando um leve sorriso no rosto.

A forma que você apresentou é menos comum em literatura tradicional, mas não é incorreta. Tudo depende do estilo que você deseja adotar e da sua intenção com o texto. Se for para um formato mais teatral ou de roteiro, a estrutura com o nome do personagem seguido de dois pontos é bem adequada.

De toda forma, o importante é manter a consistência ao longo de todo o texto, ou seja, escolher uma forma e seguir com ela até o final. E, claro, sempre considere o público-alvo e o veículo de publicação, pois certas editoras ou plataformas podem ter suas próprias normas estilísticas.

Espero ter ajudado!

Oswaldo Dourado

Como vai Vilto Reis, estou com uma dúvida sobre o espaço para o travessão. Ele deve ser colocado com espaço no começo da linha ou não.

Vilto Reis

Olá! O uso do travessão em diálogos e marcações pode variar de acordo com o padrão estilístico adotado e as normas de editoração de cada país. No Brasil, por exemplo, a norma mais comum para o uso do travessão em diálogos é sem espaço antes dele, mas com um espaço depois:

— Estou bem, obrigado. E você?

Por outro lado, se o travessão for usado para intercalar uma ideia ou fazer uma pausa no meio de uma frase, aí você coloca um espaço antes e depois:

Ele estava lá — acredite se quiser — com um sorriso no rosto.

Essa é a forma padrão adotada por muitas editoras brasileiras. No entanto, sempre é bom conferir as orientações específicas de cada editora ou veículo de publicação, caso você esteja submetendo um trabalho para algum lugar específico.

Espero ter ajudado!

Geraldo

Boa tarde. Devo escrever o diálogo na forma culta ou como os personagens falariam na vida real? Exemplo: mineiro falando sempre vai aparecer um “uai sô”. Devo colocar ou faço um diálogo mais formal? Obrigado.

Vilto Reis

Boa tarde! Isso depende do tom e da ambientação da sua história. Aqui vão algumas considerações:

Autenticidade: Se você deseja que seus personagens sejam autênticos e reflitam a realidade da região ou do contexto em que estão inseridos, usar gírias e expressões locais, como o “uai sô” do mineiro, pode ser muito eficaz. Isso pode tornar o diálogo mais crível e criar uma conexão mais profunda com os leitores familiarizados com essa maneira de falar.

Público-alvo: Se sua história é direcionada a um público mais amplo, que talvez não esteja familiarizado com certas expressões regionais, é importante garantir que o contexto ou a situação deixe claro o significado dessas expressões. Isso evita confusões.

Consistência: Se você optar por usar um linguajar regional ou informal, mantenha a consistência ao longo de toda a obra. Isso ajuda a estabelecer a voz e a personalidade do personagem.

Equilíbrio: Lembre-se de não exagerar. Mesmo que queira retratar a realidade, o excesso de gírias ou expressões pode tornar o texto cansativo ou confuso para quem lê.

Estilo e Tom: O mais importante é que o estilo de diálogo escolhido esteja alinhado com o tom da história. Se sua narrativa é mais formal, um diálogo excessivamente coloquial pode destoar. Por outro lado, em uma história mais descontraída e realista, o diálogo formal pode parecer deslocado.

Em resumo, não há resposta certa ou errada. Ambas as abordagens têm seus méritos. O importante é estar consciente de sua escolha e das implicações que ela tem para a narrativa e para a experiência do leitor. Espero que isso ajude, e boa sorte com sua escrita!

Vitor Leonardo

Olá, tenho uma dúvida que é a seguinte; Como faço para iniciar um livro com um diálogo entre personagens e em seguida, mostrar uma cena do passado? Por exemplo, dois personagens estão lutando e então um deles se recorda do seu passado, como deixar claro que é um flashback sem dizer: é um flashback

Vilto Reis

Para iniciar um livro com um diálogo e transitar para um flashback, você pode começar com uma troca intensa de falas entre os personagens, estabelecendo o contexto atual. Quando for introduzir o flashback, faça uma quebra suave, talvez com uma frase reflexiva ou uma descrição sensorial que remeta ao passado. Por exemplo, “Enquanto desviava do golpe, a mente de [personagem] foi arrebatada por uma lembrança antiga…”. Esta abordagem, junto com uma mudança no ritmo da narrativa, ajuda a sinalizar ao leitor que você está entrando em uma cena do passado sem ter que dizer explicitamente “é um flashback”.